Sunday, June 6, 2010

OPINIÕES DO JOGO ORIENTAL - LEÕES


HUMBERTO PEREIRA
JOGADOR DOS LEÕES DE KITCHENER


O REMATE – Humberto, já foste jogador, depois treinador e agora voltas a jogar. Como viste este jogo de hoje entre a tua equipa e o Oriental.?
HUMBERTO PEREIRA – Para já posso dizer que temos jogadores muito jovens na equipa e ainda sem aquela força de vontade, espero que depois de mais dois ou três jogos tudo fique melhor porque os jogadores ainda não se conhecem uns aos outros, a sua maneira de jogar que só com treinos se pode conseguir.

O REMATE – Porque motivo deixaste de treinar o Supersónics e voltaste a jogar.?
HUMBERTO PEREIRA – Eu nunca deixei de jogar, mesmo quando treinava o Supersónics eu jogava na KDSL na equipa dos Leões, eu tenho 30 anos mas gosto de jogar, tenho sempre apetite para jogar, esta época lesionei-me no primeiro jogo. Deixei de treinar o Supersónics não por minha culpa, ninguém me perguntou se eu queria continuar a treinar, entraram novos directores, mas ninguém falou comigo, e assim eu fiquei de fora.

O REMATE – Notei que actualmente falta garra aos jogadores nos jogos, antigamente isso não acontecia, os jogadores davam tudo dentro do campo. Sabes explicar a que se deve esta falta de garra de alguns jogadores de hoje.?
HUMBERTO PEREIRA – É um bocado complicado de explicar. Eu quando comecei a jogar era muito jovem e joguei com homens, antigamente na KDSL havia boas equipas como Oriental, Beograd, Hrvat, os gregos do Olimpics, eram todas equipas com bons jogadores e já homens, e eu comecei a jogar na KDSL com 18 anos e naquele tempo os jogos eram sempre jogados com vontade e garra e eu queria ser como eles, e aprendi muito. Eu gosto muito de futebol e dentro do campo dou tudo o que posso dar para tentar ganhar.

O REMATE – Já foste treinador e por isso deves saber responder. Quando treinas os jogadores mais jovens notas neles a vontade de aprender ou vês que estão no treino só para passar tempo.?
HUMBERTO PEREIRA – Eu não sei o que se passa, mas não estou a gostar da maneira como a malta mais nova vai para dentro do campo, não são todos, tem alguns mas não são muitos que jogam com vontade e garra, mas a maioria não faz tudo para ganhar. Não sei se o futebol está a mudar, agora jogam um futebol mais lento o que não acontecia antigamente. Agora estou a treinar uma equipa da High School da S. Mary’s e estou a puxar por aquela malta de 17 e 18 anos para que joguem com garra e hoje ganhamos, estou a ensinar os miúdos a jogar com vontade e garra e a darem tudo no campo porque para ganhar jogos tem de ser assim.

O REMATE – Deve ser muito ruim perder tempo a treinar equipas, deixar de estar com os familiares e amigos, e depois no fim de semana os jogadores não corresponderem a acabarem por perder o jogo.
HUMBERTO PEREIRA – É verdade que ficamos desapontados, a única razão porque sou treinador e jogador é porque tenho muito amor pelo futebol, adoro ver futebol, treinar e jogar, quero estar sempre envolvido com o futebol, desde criança que jogo futebol, e só vou parar quando já não puder correr, mas como estou bem fisicamente não espero deixar de jogar tão cedo. A malta nova tem de fazer sacrifícios, e fico chateado quando essa malta não vê que os treinadores também fazem sacrifícios para os treinar sem ganhar qualquer dinheiro. Antigamente não era assim, se eu perdia um jogo ficava 2 ou 3 dias doente, quase não dormia, mas a malta de hoje não fica assim, isso não é bom, a malta tem de pensar em treinar mais para ganhar sempre o próximo jogo, era assim que se fazia no meu tempo, antigamente jogava-se por amor à camisola hoje tirando meia dúzia de jogadores isso não acontece e é pena.

O REMATE – Achas que os jovens de hoje podem ter futuro no futebol.?
HUMBERTO PEREIRA – Antigamente também era assim, o jogador não tinha muito futuro no futebol, jogava na KDSL, era um bom futebol, mas não dava para ir jogar para a Europa, a malta deve sempre encarar a época de futebol com vontade, seja na KDSL, na Ontário Soccer League ou mesmo na Liga Recreativa, deve sempre dar tudo por tudo para ganhar, se isso não acontecer o futebol não chega a parte nenhuma.


HILDEBERTO ALVES

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