Saturday, December 25, 2010

PÁGINA SOCIAL DO '' REMATE ''




JOE SILVA

PROPRIETÁRIO DA

SILVA’S PORTUGUESE BAKERY



O REMATE- De onde é natural.?
JOE SILVA – Sou natural da Vila da Lagoa, Ilha de São Miguel, Açores

O REMATE – Cumpriu a escola lá em São Miguel? JOE SILVA – Sim, cumpri até ao segundo ano do liceu.

O REMATE – Geralmente naquele tempo, os rapazes começavam a trabalhar ainda novos, trabalhou em São Miguel.?
JOE SILVA –
Eu trabalhei lá com o meu pai, o meu pai era relojoeiro, ele tinha uma relojoaria e eu ajudava-o, não era um trabalho a tempo inteiro mas ajudava ao meu pai.

O REMATE – Com que idade veio para o Canadá.?
JOE SILVA - Vim para cá com 16 anos

O REMATE – Para qual foi a cidade que veio.?
JOE SILVA – Vim directamente para Cambridge, foi sempre em Cambridge que vivi.

O REMATE – Com 16 anos, ainda foi para a escola, ou não.?
JOI SILVA – Fui directamente trabalhar para uma padaria, o meu cunhado era dono da Padaria Golden e fui trabalhar para lá.

O REMATE – Porque razão não quis ir para a escola para aprender a língua ou tirar algum curso.?
JOE SILVA
- Quanto vim de São Miguel já estava um pouco farto da escola, já não queria estudar mais, queria era trabalhar fui então para a padaria e não tive oportunidade de ir para a escola.

O REMATE – Quanto tempo esteve a trabalhar nessa padaria.?
JOE SILVA – Na Golden trabalhei durante nove anos, depois trabalhei dois anos na Azores, no tempo do Jaime, e foi então quando decidi abrir a minha própria padaria.

O REMATE – Foi fácil entrar num negócio destes.?
JOE SILVA – Ao princípio foi difícil porque não tinha muito tempo para dar educação aos meus filhos, em certas alturas os pequenos tiveram que dormir na padaria, foi mesmo um bocado difícil, mas graças a Deus conseguimos vencer na vida.

O REMATE – Eras ainda muito novo na altura, onde estava localizada a tua padaria.?
JOE SILVA
– Na altura eu tinha 25 anos e a padaria estava localizada na esquina da Dundas com a Franklin, estivemos lá onze anos a pagar renda.

O REMATE – Depois desses anos todos a pagar renda, decidiu então construir este edifício.?
JOE SILVA –
Nos primeiros cinco anos que estivemos a pagar renda apareceu a oportunidade de comprar este terreno e compramos, depois era para fazer a obra mas achamos que não era a altura própria, mas depois de mais seis anos na Dundas, decidimos então fazer a obra, e já estamos aqui vai fazer 10 anos.

O REMATE – Sei que uma padaria exige muitas horas de trabalho por semana, sente-se cansado.?
JOE SILVA – Há dias que apetece fugir e deixar tudo da mão, mas há certos dias que compensa e vale a pena, por isso estamos cá.
Festa do Natal da Silva's Bakery


O REMATE – Os teus empregados são bons trabalhadores e não causam problemas.?
JOE SILVA –Bem, em termos de empregados há sempre problemas, mas graças a Deus temos sete empregados com quem podemos contar e podemos estar descansados em casa porque corre tudo bem, como tudo na vida tem dias bons, dias maus, mas até agora graças a Deus tem sido posítivo.

O REMATE – Então tem pessoas encarregadas de olhar pelo negócio quando está ausente.?
JOE SILVA – Tenho sim, quer lá atrás, quer na parte da frente a tomar conta do balcão tem pessoas responsáveis que me deixam estar descansado.

O REMATE – Sei que adora viajar, e quando vai de férias vai tranquilo.?
JOE SILVA – Vou completamente tranquilo porque sei que tenho pessoas capazes de levar o barco em frente.

O REMATE – Os teus filhos são ainda jovens, portanto não trabalham contigo, estão a estudar.?
JOE SILVA – O meu filho mais velho está na escola, estudando culinária, mais tarde espero que seja ele a tomar conta da padaria, com outras ideias que ele possa trazer, como o curso é de culinária será mais para tomar conta da cozinha, e tenho a minha filha que nos ajuda ao fim de semana, mas o futuro dela a Deus pertence, ainda não sabe o que vai ser.

O REMATE – Pelo que vejo a padaria está bem decorada e limpa e com muitos artigos diferentes. Está satisfeito ou ainda espera elevar mais o valor da padaria.? JOE SILVA – Sim, eu sou daquele tipo de pessoa que nunca me sinto realizado, tento sempre melhorar, naquilo que possa, trazer qualquer coisa de novo à comunidade, e espero que no futuro venha mais alguma coisa de novo.


O REMATE – Sei que não há muita competição a nível de padarias aqui em Cambridge, mas como vocês têm também produtos de mercearia, acha que as mercearias não se sentem bem por aquilo que vocês estão a fazer.?
JOE SILVA –
Isto é uma pergunta que não posso responder, só eles podem responder por si, cada um faz no seu negócio aquilo que entende, da melhor maneira para si, agora se eles se sentem bem ou mal, isso é uma pergunta que tem que fazer a eles porque não me compete a mim responder.

O REMATE – Sentiu a crise que o Canadá atravessou ou ainda atravessa.?
JOE SILVA – Sente-se sempre, há alturas melhores umas de que outras, esta coisa de crise sente-se sempre, mas graças a Deus não tem sido mau, a comunidade portuguesa tem correspondido bem, tem se achado uma melhoria no balcão muito consideravelmente.
O REMATE – Quando fez a cozinha pensou logo no frango de churrasco feito em carvão, essa decisão tem dado certo.?
JOE SILVA – Tem dado certo, realmente tem havido uma resposta muito considerável da comunidade e por isso estou muito satisfeito pela decisãoque tomei.

O REMATE – Sei que também és desportista, qual o teu clube favorito em Portugal.?
JOE SILVA – Em Portugal o meu clube favorito é o Sporting, infelizmente não tem andado muito bem e não dá para satisfazer os seus adeptos, mas é o clube do meu coração.

O REMATE – O momento menos bom do Sporting será culpa dos jogadores, do treinador ou será outra coisa.?
JOE SILVA
– Na minha simples maneira de ver é falta de dinheiro, acho que é o maior problema e há falta de pessoas que saibam resolver o problema.

O REMATE – Uma vez que estamos perto do Natal quer deixar alguma mensagem.?
JOE SILVA – Em primeiro lugar queria deixar uma mensagem aos meus trabalhadores, e agradecer por trabalharem para mim, porque sem trabalhadores não se consegue nada, em segundo lugar quero agradecer à Comunidade Portuguesa pelo apoio que nos tem dado, sinceramente digo, sem eles não conseguiríamos chegar aonde chegamos, e para os meus familiares desejo tudo de bom, um bom Natal e um Feliz Ano Novo para todos em geral, não esquecendo a comunidade Portuguesa.

Aproveitamos para agradecer ao Joe e à Nélia Silva pelo convite que nos fizeram para estarmos presentes na festa.

HILDEBERTO ALVES

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