Sunday, August 1, 2010

O REMATE SOCIAL

MARINA CUNHA

PRESIDENTE DO CLUBE PORTUGUÊS DE CAMBRIDGE

De uns tempos a esta parte, tem sido nossa intenção inserir no Boletim Desportivo ‘’O REMATE’’ uma página na qual iremos focar pessoas e firmas portuguesas, que, pelo seu trabalho se têm notabilizado nesta nossa cidade. Na verdade temos muitas firmas, clubes, associações e indivíduos que com o seu talento fazem com que a comunidade portuguesa seja respeitada e elogiada.
Quando da nossa ida ao campo de jogos do Clube Português para fazer a cobertura do jogo entre o Supersónics e o Brampton FC, encontramos lá a presidente do Clube, senhora Marina Cunha, que eu saiba está sempre presente aos jogos da sua equipa, e como ouvimos dizer que o clube vai fazer renovações no seu edifício, quisemos saber em que fase estão essas obras.
MARINA CUNHA – Sim, de facto estava programado que começaríamos as obras em Julho e durante o mês de Agosto e duas semanas em Setembro, mas visto a província não ter começado nada lá fora, na Townline, nem sequer os projectos estão feitos, quer dizer, estão feitos, mas não estão começados, sendo assim nós optamos por não começar as obras porque tivemos medo que as coisas não estivessem preparadas lá fora para nós termos ligação aos esgotos e às águas, e depois em Setembro começamos novamente com os casamentos, e não estávamos preparados, e isso era um risco muito grande. Portanto, não quisemos correr esse risco porque estão muitas festas envolvidas, e como disse optamos por não fazer as obras, e é essa a razão que nas próximas semanas não temos nada a ser efectuado no clube, talvez para o ano temos que pensar em fazer as obras, mas só quando eles começarem as obras na estrada para termos a certeza que realmente temos acesso aos esgotos e à água.

O REMATE – Em que consiste essas tais obras no clube.?
MARINA CUNHA – As obras que estavamos com ideias de fazer é aumentar o clube uns 30 pés para a frente e fazer uma entrada em condições, porque, por dentro o clube está muito bonito, mas por fora realmente temos que ter mais um bocadinho de atenção, na sala de baixo vamos fazer um escritório maior, e na parte de fora é fazer uma coisa mais bonita, porque na verdade precisamos de uma entrada digna do salão que nós temos.

O REMATE – Acabaram as festas do Espírito santo, as obras não vão ser efectuadas, então o clube vai estar encerrado mais tempo do que esperavam, ou já apareceram contratos para as próximas semanas.?
MARINA CUNHA – Iamos ter algumas semanas que não tínhamos nada programado, mas entretanto apareceu mais um ou dois contratos que nós pegamos, que é um sábado para alugar a sala, e o que tem aparecido temos aproveitado, porque agora estamos com falta de verbas porque temos a casa fechada e portanto, tudo o que aparecer, nós aproveitamos.

O REMATE – Já que estamos a falar em festas, aqui fica uma pergunta, que é feito da Banda de música do Clube, é que não a vi nas festas da Senhora de Fátima, fiquei a pensar, será que a Banda acabou, ou não tem músicos suficientes para sair à rua.
MARINA CUNHA – Não acabou, a Banda do clube está em acção, e tenho que dar os parabéns à direcção que está na frente, temos um presidente que é o Paulo Brasil, que é um rapaz novo, temos o vice-presidente que é o Mike Braga e temos uma direcção toda ela de rapaziada nova e sinceramente estou orgulhosa pela banda que temos agora, porque os rapazes esforçaram-se para organizar a banda de novo e portanto ela está a trabalhar, ela saiu para fora quando foi a festa do Senhor Santo Cristo na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, fez também um concerto quando foi o Império do Clube e também tocou no Império Micaelense.

O REMATE – Ainda bem, como os idosos vão desistindo e a malta nova acho que não tem muita vontade de estar sujeita a horários e responsabilidades, como acontece no futebol, pensei que tinha acabado.
MARINA CUNHA – Como disse a Banda continua viva, em relação à Festa de Nossa Senhora de Fátima, pois segundo eles, todos os anos estão presentes, mas não sei porque problema, ou porque razão, a Banda este ano não foi convidada, eles estavam convencidos que iam tocar, e 3 semanas antes da festa cancelaram a dizer que tinham uma outra Banda programada e se a nossa Banda quisesse participar, que fossem, mas não estavam com contrato feito.

O REMATE – Mas a Banda não tinha sido convidada meses antes da festa.?
MARINA CUNHA – Sim, estava tudo falado, realmente como é da praxe todos os anos a Banda participa nas festas de Nossa Senhora de Fátima e do Senhor Santo Cristo, mas não sei o que aconteceu, há sempre um dedo a apontar a este ou aquele, mas a verdade é que a Banda ficou em casa, embora tivessem à última da hora tentado que a Banda fosse, é triste que a nossa Banda não tivesse participado numa festa destas, porque a Igreja fez 50 anos e a nossa Banda vai fazer 40 anos agora em Outubro, os nossos músicos tinham um orgulho muito grande em ter participado, mas não aconteceu e estão um pouco tristes. A Banda tem agora um contrato em Agosto vai ao Madeira Park para tocar na festa da Senhora do Monte, e há uma festa que vai acontecer na Senhora de Fátima a 26 de Setembro, segundo tenho ouvido é para irem tocar lá, agora não sei se irão ou não, uma coisa é se realmente é para eles irem tocar que entrem em contacto com eles, não é telefonar dois ou três dias antes, os convites fazem-se com antecedência, não na última da hora.

O REMATE – Neste caso que me descreveu, não poderá ter havido um mal entendido quer duma quer da outra parte.?
MARINA CUNHA – Eu não sei, porque não estou por dentro da Comissão das festas da Senhora de Fátima, nem da direcção da Banda, só mais ou menos a par daquilo que se passa, agora há sempre o apontar o dedo um ao outro e nunca há uma pessoa que diga que realmente assume a responsabilidade e diga, eu é que fiz o erro, portanto se houve erro não aponto o dedo a ninguém, mas que foi triste isso foi, posso dizer que foi uma ofensa há nossa Banda, depois de estar na comunidade há 40 anos, sei que houve anos em que a Banda esteve um pouco desarmada, mas quando era a festa de Fátima eles se juntavam todos para tocar, este ano estiveram lá presentes com roupa normal, e não fardados para actuar.

O REMATE – Mas para o ano se aparecer o convite, eles estarão, não é verdade.?
MARINA CUNHA – Eu penso que sim porque nós estamos aqui numa comunidade, e é como eu digo e o senhor Padre também já tem dito, isto é uma comunidade, o clube fez 50 anos, trabalhamos todos unidos, fizemos o Dia de Portugal também todos unidos, temos participado com todas as organizações sempre unidos e tenho a certeza que a Banda não quer problemas, e está sempre disposta a ajudar a comunidade, tanto faz ser a Igreja, as organizações, ou quem precisar, penso que era bonito todos se darem bem, e que realmente houvesse compreenção e dialogo, porque eu penso que o problema que há é que houve falta de diálogo entre uma parte e outra.

O REMATE – Marina, para terminar, quer acrescentar algo mais.?
MARINA CUNHA – Quero aproveitar para dar os parabéns à Igreja, são 50 anos a servir a comunidade, sei que é uma tarefa grande ter de tomar conta de uma Igreja, como nós tivemos também os 50 anos do clube e tem de ter sempre pessoas voluntárias, sei que há sempre problemas, mas nós tentamos sempre fazer o melhor, eu sei que da parte da Comissão das festas da Senhora de Fátima talvez tente fazer o seu melhor, mas houve lapsos. Quero também pedir para que apoiem a nossa Banda, agora tem rapaziada nova a tomar conta, é preciso ter orgulho destes rapazes e dar-lhes força, e não os desprezarem, eles precisam é de carinho para que a nossa Banda não acabe, e que Cambridge seja conhecida pela Banda que tem, o que tem acontecido nos últimos anos.

O REMATE – O nosso obrigado à Marina por esta longa entrevista, desejamos felicidades e muito sucesso, ao clube, à Banda e ao Supersónics.
MARINA CUNHA – O meu obrigado ao Laurénio por me ter dado esta oportunidade para falar do clube e da Banda, e também desejo muita sorte para O Remate.

LAURÉNIO RESENDES

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